Bom dia meninas!
Dia primeiro de dezembro é considerado o dia mundial de combate à Aids, e para apoiar esta campanha hoje a Colcha de Retalhos aborda este assunto. Pesquisas do Ministério da Saúde mostram que as pessoas portadoras do vírus HIV sofrem mais com problemas sociais e psicológicos do que com o próprio estado físico.
Dia primeiro de dezembro é considerado o dia mundial de combate à Aids, e para apoiar esta campanha hoje a Colcha de Retalhos aborda este assunto. Pesquisas do Ministério da Saúde mostram que as pessoas portadoras do vírus HIV sofrem mais com problemas sociais e psicológicos do que com o próprio estado físico.
“A boa percepção do próprio estado de saúde entre as pessoas com aids contrasta com problemas sociais e psicológicos enfrentados por elas. Nesse ponto, a situação de quem está em tratamento com o coquetel antiaids é pior do que a população geral. Entre as mulheres soropositivas, 33% afirmaram ter grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão e 47% grau intenso ou muito intenso de preocupação e/ou ansiedade. Entre os homens, o índice é um pouco menor – 23% e 34%, respectivamente”.
(O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a aids. Criado, em 1991, pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte, de New York, que queriam homenagear amigos que haviam morrido ou estavam morrendo de aids.)
Neste viés que trazemos a história de Natália* e sua família. Natália tem 29 anos, trabalha, namora e tem uma vida normal, Não é portadora do vírus HIV, mas vivencia isto na sua família. Em 2002 sua irmã mais nova, Laura*, hoje com 27 anos, descobriu que era portadora do vírus HIV. Na época, Natália morava no estado do Paraná, e Laura em São Paulo. Os pais também já divorciados moravam nos estado de São Paulo, porém em cidades diferentes. E há muito tempo à família toda não se reunia. Inclusive Natália não via Laura há quase dois anos.
Natália diz que não lembra direito como foi, só que de uma hora pra outra recebeu um telefonema, avisando que a irmã estava internada num hospital em estado grave. Na mesma hora pegou um ônibus e foi para São Paulo, levou consigo dois amigos, porque achou que não teria coragem de chegar sozinha ao hospital.
“Quando cheguei ao quarto da minha irmã ela estava muito magra, irreconhecível... a imagem do Cazuza magro no filme é algo muito parecido com o estado físico que ela se encontrava, não conseguia nem virar o pescoço direito...”
Natália conta que chorou muito, não acreditava que aquilo estava acontecendo na sua família, lembra que a irmã já se despedia de todo mundo, chegou a pedir pra se batizar e pra um pastor ir orar por ela, e antes não era muito ligada à Deus.
“Nós todos achávamos que iríamos perdê-la. A doença foi descoberta de uma hora pra outra, e parecia que já era o fim... Minha irmã sempre teve uma vida saudável, nunca usou drogas, e há quase um ano namorava e tinha um parceiro fixo, foi um susto grande, e pra sorte do então namorado dela, ele não havia contraído a doença”.
Assim como os sintomas se manifestaram de uma hora pra outra, a recuperação de Laura também surpreendeu. Após algum tempo no hospital ela começou a melhorar e seu quadro foi se estabilizando e ela pode voltar para a casa.
“Claro que tínhamos consciência de que a vida e a rotina de minha irmã mudariam, agora ela tinha uma situação nova para lidar, e que não era nenhuma brincadeira, era a vida dela. Mas ela nos surpreendeu, e não parecia mais a mulher magra e entregue que víamos no hospital, ela optou por viver, e isto significava levar o tratamento a sério. Sofreu com o preconceito de algumas pessoas próximas e com o abandono do namorado, e claro houve momentos de grande dificuldade, pois nem tudo é disposição e o ânimo nem sempre dura vinte e quatro horas, tinha dias que ela não queria nem sair do quarto”
Depois disto, do abandono do namorado, do preconceito de algumas pessoas próximas, Laura decidiu que não contaria mais a ninguém sobre sua doença. E hoje apenas a família e poucos amigos muito íntimos sabem. Prefere assim porque não sabe se terá estrutura para lidar com as situações de preconceito, sabe que isto afetará seu emocional teme que isto se reflita na sua saúde.
“ Hoje 7 anos depois da descoberta da doença, minha irmã segue sua vida normal, mora sozinha, namora há 3 anos, e seu namorado sabe da sua condição e não tem nenhum problema com isto, eles já estão planejando, pra quem sabe ano que vem um casamento. Minha irmã se formou no final do ano passado em Engenharia Civil, já trabalha na área, está comprando seu apartamento, e tem uma vida social normal. Há única diferença é que precisa ter um cuidado ainda maior com sua saúde, fazer exames periódicos, tomar alguns comprimidos diários, cuidar da alimentação e praticar exercícios... Pra nossa família ficou a lição de que precisamos estar mais unidos, nos preocuparmos mais uns com os outros... passamos por situações de preconceito dentro na nossa própria família, mas não culpo nossos familiares, realmente é uma situação que assusta e a ignorância sobre o assunto leva a atitudes preconceituosas... Minha irmã é uma vencedora, e minha família soube superar esta situação, mas acredito que tudo teria sido menos doloroso se na época estivéssemos mais próximos... E o que eu falo para as pessoas é que as coisas acontecem conosco sim, e que neste caso uma família estruturada é o melhor remédio, faz toda a diferença no tratamento e no apoio que a pessoa precisa, pois o preconceito vem de onde menos esperamos e é nesta hora que a família precisa ser forte e dar amparo”
Apesar de todo o avanço no tratamento da doença e da melhoria da qualidade de vida dos portadores do vírus, sabemos que o preconceito existe, é real, e na maioria das vezes se dá pela falta de informação. Fica o alerta para nós, em conhecer melhor, nos informarmos mais, e também o cuidado com atitudes preconceituosas, que podem acontecer até sem intenção. Já às atitude intencionais, fica a reflexão da frase que a Natália nos disse: “as coisas acontecem conosco sim”.
“Claro que tínhamos consciência de que a vida e a rotina de minha irmã mudariam, agora ela tinha uma situação nova para lidar, e que não era nenhuma brincadeira, era a vida dela. Mas ela nos surpreendeu, e não parecia mais a mulher magra e entregue que víamos no hospital, ela optou por viver, e isto significava levar o tratamento a sério. Sofreu com o preconceito de algumas pessoas próximas e com o abandono do namorado, e claro houve momentos de grande dificuldade, pois nem tudo é disposição e o ânimo nem sempre dura vinte e quatro horas, tinha dias que ela não queria nem sair do quarto”
Depois disto, do abandono do namorado, do preconceito de algumas pessoas próximas, Laura decidiu que não contaria mais a ninguém sobre sua doença. E hoje apenas a família e poucos amigos muito íntimos sabem. Prefere assim porque não sabe se terá estrutura para lidar com as situações de preconceito, sabe que isto afetará seu emocional teme que isto se reflita na sua saúde.
“ Hoje 7 anos depois da descoberta da doença, minha irmã segue sua vida normal, mora sozinha, namora há 3 anos, e seu namorado sabe da sua condição e não tem nenhum problema com isto, eles já estão planejando, pra quem sabe ano que vem um casamento. Minha irmã se formou no final do ano passado em Engenharia Civil, já trabalha na área, está comprando seu apartamento, e tem uma vida social normal. Há única diferença é que precisa ter um cuidado ainda maior com sua saúde, fazer exames periódicos, tomar alguns comprimidos diários, cuidar da alimentação e praticar exercícios... Pra nossa família ficou a lição de que precisamos estar mais unidos, nos preocuparmos mais uns com os outros... passamos por situações de preconceito dentro na nossa própria família, mas não culpo nossos familiares, realmente é uma situação que assusta e a ignorância sobre o assunto leva a atitudes preconceituosas... Minha irmã é uma vencedora, e minha família soube superar esta situação, mas acredito que tudo teria sido menos doloroso se na época estivéssemos mais próximos... E o que eu falo para as pessoas é que as coisas acontecem conosco sim, e que neste caso uma família estruturada é o melhor remédio, faz toda a diferença no tratamento e no apoio que a pessoa precisa, pois o preconceito vem de onde menos esperamos e é nesta hora que a família precisa ser forte e dar amparo”
Apesar de todo o avanço no tratamento da doença e da melhoria da qualidade de vida dos portadores do vírus, sabemos que o preconceito existe, é real, e na maioria das vezes se dá pela falta de informação. Fica o alerta para nós, em conhecer melhor, nos informarmos mais, e também o cuidado com atitudes preconceituosas, que podem acontecer até sem intenção. Já às atitude intencionais, fica a reflexão da frase que a Natália nos disse: “as coisas acontecem conosco sim”.
Agradeço a Natália e por nos procurar para expor sua história e pela disposição em compartilhá-la conosco, e a pedidos, mantemos os nomes verdadeiros em sigilo. Termino com uma frase que muito usada na mídia nestes dias de campanha que gostei muito:
“Viver com HIV é possível,
com preconceito não”.
com preconceito não”.
E claro, a camisinha continua sendo a melhor prevenção!
Um abraço a todas,
Rô
Quer saber mais sobre o assunto? Clique:
http://www.aids.gov.br/main.asp
http://www.vivacazuza.org.br/
http://www.aidsbrasil.com/
(Fontes: Getty images; Laço vermelho; Ministério da Saúde)
_____________________________________
Quer saber mais sobre o assunto? Clique:
http://www.aids.gov.br/main.asp
http://www.vivacazuza.org.br/
http://www.aidsbrasil.com/
(Fontes: Getty images; Laço vermelho; Ministério da Saúde)
16 Comentários:
Olá Rô,é um grande post,as pessoas nunca devem se cansar de ler e ouvir sobre isso,a aids tem sido esquecida por muitas o que pode estar agravando as formas de contágio,e como escreveste:
Use camisinha!
beijossss amiga!
Esqueci de comentar que muitas das vezes o contágio acontece com um parceiro fixo,li uma reportagem assim que a esposa contraiu do marido e que ese numa escapada que derá contraiu para si e para a coitada da esposa fiel,o que causou muita dor de cabeça para eles....
O slogan da campanha esse ano realmente é muito bom: "Viver com HIV é possível, com o preconceito não!"
Parabéns pelo post Rô!!
Miga....parabéns pelo post viu???
Ficou muito bom e é um alerta para todos, já que todos corremos o risco...
Sei de algumas mulheres casadas que por estarem em uma relação estável, não se preocuparam em usar o preservartivo e agora convivem com a doença...
Enfim...os posts de domingo sempre são uma lição de vida né???
Adoroooo!!!
Mais uma vez parabéns parceira...rs
bjinhus e até a próxima.
Amei esse post, e fiquei emocionada com a volta por cima de Laura!
Que vcs do Colcha continuem assim, trazendo informações preciosas e de imensa importância!
Bjuh
Parabéns pela matéria!!!
Bjos e bom domingo!!!
Por pensar que "nunca vai acontecer comigo" é muitos são pegos de surpresa.
A ordem é se prevenir. É tão simples, tão fácil...
Beijos linda,
Rê
amigaaaaaaaaaaaa lindo post... parabéns.....
beijos
Mto legal a matéria, assim como tdas, hj dei um visita geral no colcha, estava em falta, vi as materias e amei tdas de parabens, vida real, dicas de beleza, scrap, maternidade, casamento ..., adoroooo as meninas sempre mto atenciosas, queria poder deixar um recado a tdas + sabe o tempo é curto .... então um super beijo
Parabéns pelo post! A história é emocionante. E é muito importante conscientizar as pessoas, tanto de que as coisas acontecem com a gente, como de que o preconceito pode ser mais nocivo que a própria doença.
Beijo!
Isso é muito triste mesmo! Perdi uma prima com essa doença, ela se casou com um portador, mas não soube se cuidar e contraiu a doença...
Por fim, ela se foi e ele ficou...Muito triste mesmo!
Oi Ro!
Realmente as pessoas são muito preconceituosas. De fato que ninguem quer ter doenças como HIV, cancer... Mas dai desprezar ou maltratar quem as tenha contraido é o cumulo da ignorancia.
Eu mesma sou portadora de HPV, que graças a Deus não se compara aos dramas do HIV, mas quando comento, algumas pessoas me olham torto por se tratar de uma DST. Como explicar então que meu ex nem meu marido nao tem o virus?? Minha medica disse que posso ter pego de N formas, nao só por relação sexual. Mas as pessoas já taxam de cara.
Imagino que seja melhor mesmo pra Laura ter tudo no anonimato só sabendo da verdade quem realmente merece.
Desejo que todos os portadores do HIV que passam por aqui tenham forças, mais ainda pra sobreviver ao preconceito!
Bjs
Q historia linda!
Acho q viver com isso nao deve ser facil, ainda mais pelo preconceito.
Mas adorei a frase do final do post:
“Viver com HIV é possível,
com preconceito não”.
Perfeito. Concordo 100%!
Bjos
Tem gente q acha o assunto ta tão batido, mas qdo percebmos a morte num ta não!
ainda existem pessoas desinformadas e leigas e somos nós...os atentos q devemos ajudá-las!
adorei o post!
bjs
Meninas, acho abominável o preconceito mas ele existe e insiste em muitas coisas!
Não conheço quem tenha HIV, mas conheço quem conheça (oi?!).
Meu noivo tem uma amiga, rápido affair, que se descobriu com HIV há alguns anos e surtou, tentou se matar e etc. Não a conheço pessoalmente, mas sei da história e imagino como ela sofreu qdo "todos" viraram as costas para ela.
Muitas pessoas são cruéis, e não se são conta de que poderiam ser elas mesmo nessa situação.
Valeu demais a postagem!
É um assunto muuito sério q devemos olhar para nós mesmos, e repensar nossos conceitos.... Pois em vezes achamos q isso nunca acotecerá com a gnt ou com familiares.. e só qdo vivemos na pele é q paramos p pensar o qt podemos ser cruéis com o próximo....
Postar um comentário